Entrevistas

Entrevista com Maria Souza sobre sua carreira e Elephant Parade

Publicado em 11/08/17 por Empório Luz.

 

Mantendo a tradição de trazer conteúdo diversificado e de alta qualidade, o texto de hoje é uma entrevista exclusiva com Maria Souza, uma das arquitetas escolhidas para a Elephant Parade, mostra mundialmente conhecida que chegou no Brasil recentemente.

Tem interesse em conhecer mais sobre o trabalho dela, e em como ela foi parar no evento? Veja através deste post!

 

Como tudo começou?


Maria: Bom, sempre gostei de desenho, mesmo não sendo nada voltado a arquitetura. Costumava acompanhar meu pai nas construções que ele participava, e aí comecei a desenvolver certo interesse por algo que envolvesse desenho e criatividade.

Quando pesquisei, percebi que a arquitetura envolveria esses elementos, além de história, física e matemática, coisas que me deixaram feliz e serviram de orientação para minha escolha ao final do colégio.

Além disso, sempre tive carinho pela arte, e nunca abandonei esse sentimento. Eu acreditava que seria interessante envolver a arte na arquitetura de alguma forma. Dessa forma, eu comecei a pintar quadros, ir em exposições e cursar fotografia, utilizando isso dentro da minha carreira.

Ainda hoje sempre que posso eu estou pincelando alguma coisa.

Figura 1 – Maria Souza, arquiteta presente na Elephant Parade

 

Como o escritório com o Marcelo começou?


Maria: Estudei arquitetura da USP e quando estava no quarto ano apareceu uma oportunidade para alguém com experiência na área de interiores, ou com pelo menos alguma perspectiva do que seria isso.

Fui atrás do anúncio e acabei conhecendo o Marcelo, que se tornou não apenas meu sócio, mas também meu marido. Através de um trabalho que surgiu para atuarmos durante um ano, acabamos criando essa relação duradoura.

Mas antes disso eu fui trabalhar na Duratex com desenvolvimento de produtos e projetos de escritórios, cobrindo todas as empresas do grupo. Fiquei um tempo lá até me formar. Após isso, surgiu o desejo de me associar com alguém para ter meu próprio escritório.

Mesmo tendo experiência, achei que seria melhor me alinhar com alguém que tivesse mais experiência que eu, que era o caso do Marcelo. Logo, essa sociedade se iniciou logo após a faculdade. Toda essa história tem cerca de 33 anos [risos].

 

Quais insights te levaram à arquitetura?


Maria: De todas inspirações, a maior foi a arte. Considero a arquitetura como a mãe de todas as artes. Se a gente olha para trás, vemos que ela abrigou a pintura através dos afrescos e também as esculturas, utilizadas para comunicar a religiosidade da época.

Figura 2 – Elephant Parade é um evento de renome mundial
 

Como foi unir essas paixões em torno da arquitetura? E a faculdade?


Maria: Fiz a FAU da USP, que é bem eclética, tendo uma pegada mais técnica hoje. Ela me deu uma formação para todas as áreas, passando da arquitetura pelo paisagismo, urbanismo, além de ser um curso que, na época, era junto com Design. Mesmo sendo muita coisa, tivemos muita profundidade nesses cursos, bastando apenas escolher uma dessas áreas e se especializar depois com formações extra-curriculares ou pós.

 

Qual é seu foco hoje, depois de tudo isso?


Maria: Atualmente eu trabalho com arquitetura, paisagismo e interiores. Comunicação visual corporativa foi um mote onde atuamos bastante no início, como a criação de branding e derivados, mas paramos porque as pessoas que atuam nisso são focadas somente nesse setor.

Além disso, o lado corporativo não complementa a arquitetura, então achamos melhor focar nestas três áreas, o que deu certo.

 

Como você avalia o futuro da arquitetura?


Maria: Eu acredito que depende da sociedade. A sociedade precisa ter uma cultura que dê importância à arquitetura.

Para isso o governo precisa se movimentar, investindo em ensino e educação relacionados ao assunto, para assim valorizar a área e o profissional.

Hoje, com a sustentabilidade em alta, esse profissional é muito importante para conduzir programas nesse sentido junto com a sociedade. Hoje os escritórios de arquitetura devem pensar em iniciativas sustentáveis, como temos visto ocorrer hoje nessa área.

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Aqui mesmo no seu canal pudemos ver a atuação do Leo Shehtman nesse sentido. Há também a questão da economia de energia, que vivemos com mais intensidade nos últimos 3 anos. Por essas e outras entendo que a sustentabilidade é o caminho sem retorno.

 

Qual a relação entre tecnologia e arquitetura? E os desafios da profissão?


Maria: Se por um lado a tecnologia é boa e nos ajuda, ela também tem o lado negativo. Um deles é as pessoas terem se tornado mais ansiosas, o mercado também, se tornando mais ávido e ansioso por respostas. Hoje o arquiteto é criado em um ninho de criatividade com um certo tempo de maturação, e o mercado exige cada vez mais que esse tempo seja menor.

Pela tecnologia acabamos respondendo rápido como profissionais, mas sem a alma, a experiência de colocar a emoção do que o mercado exige dentro do nosso conhecimento de arte e plasticidade. Como as novas gerações estão totalmente envolvidas com tecnologia, elas tem pouca flexibilidade conceptiva.

Isso acaba criando cópias de soluções e ideias. Acho bom que utilizemos inspirações, fazendo releituras, mas não uma mera cópia. Porém os mais jovens tem ido muito por esse caminho. No nosso próprio escritório já vivemos isso com pessoas mais jovens.

 

A tecnologia seria dispensável, então?


Maria: Seria impossível viver hoje sem tecnologia. Não é possível mais fazer um projeto executivo em papel vegetal, por exemplo. Não há nem como competir dessa forma porque é um atraso. Por isso precisamos do AutoCAD, plotagem, digitalização, o que diminui até mesmo os gastos, já que tudo é enviado digitalmente e o cliente só imprime o que quer.

Até o projeto em geral tem uma diminuição de custos, com relação a procedimentos técnicos, mas não deve cair na parte de concepção, porque o mais valioso de todo esse processo é a ideia, isso na nossa concepção.

As máquinas podem fazer rapidamente o que fazemos mecanicamente. Mas o que fazemos emocionalmente, não.

Figura 3 – Você já viu algum dos elefantes espalhados por SP?

Como conciliar escritório, filhos, casamento, casa…?


Maria: Não é fácil, principalmente para a mulher, que tem uma atribuição maior devido à maternidade, cuidado com a casa e outras coisas. Mas com um pouco de vontade as coisas dão certo. Decidimos (eu e o Marcelo) abrir mão de algumas coisas na vida profissional para ter mais proximidade em família.

Levar os filhos na escola e ir em seus eventos toma um tempo que poderia ser dedicado a nossos cursos ou atividades no escritório. Hoje isso não é mais problema, já que ele (meu filho) se cuida, o que facilitou as coisas. Mas no começo foi difícil.

Acredito que em algumas carreiras isso seja mais complicado, como na medicina. No meu caso não foi tão difícil na
questão do casamento porque trabalhamos juntos. Claro que entra a questão do ego, mas estabelecendo a
responsabilidade de cada um e dando uma certa liberdade para algumas coisas, acredito que tudo funciona.

 

Figura 4 – Nome da Obra: Manacuca Legal

 

Como foi sua participação na Elephant Parade?


Quer saber o que a Maria Souza respondeu? Clique aqui para ver a resposta para essa e as demais perguntas que não foram publicadas aqui. Além disso você poderá também ver a obra que ela criou exclusivamente a Elephant Parade, não perca!

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Clique na foto para assistir o vídeo:

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