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Entenda os Riscos da Poluição Luminosa

Publicado em 07/10/22 por Karen Cruz.

Poluição Luminosa

Poluição Luminosa

Você já ouviu falar sobre poluição luminosa? Pode ser que você não conheça o significado, mas podemos garantir que esse problema te afeta de forma direta ou indireta.

Ao falar sobre poluição, tratamos de tudo o que degrada as características físicas ou químicas de um ecossistema através da subtração ou adição de determinadas substâncias.

É comum ouvirmos falar sobre poluição do ar, poluição sonora, poluição visual e cada uma delas interfere de forma diferente em nosso organismo e qualidade de vida.

Mas hoje vamos falar sobre a poluição luminosa, para que você entenda do que se trata e quais as possíveis consequências que ela traz em nossas vidas.

 

O que é Poluição Luminosa?

A Poluição Luminosa é o excesso de iluminação artificial no período noturno. 

No começo deste artigo nós falamos que ainda que você não conheça o que é este fenômeno, você já sofreu influência dele. Isso porque você em algum momento já deve ter sentido o seu ambiente ser invadido por uma luz externa, ou então, sofreu algum tipo de ofuscamento causado por uma fonte e luz.

Quais são os tipos de poluição luminosa?

  • Brilho do Céu

Você com certeza em algum momento já olhou para o céu à noite e percebeu um aspecto alaranjado, não é mesmo? Isso trata-se de um tipo de poluição chamado Sky Glow (Brilho do Céu).

Ocorre em áreas onde as luzes da iluminação pública, comercial e residencial são direcionadas para cima, então, o facho de luz se une aos gases poluentes já existentes na atmosfera e criam esse tom alaranjado. Algumas lâmpadas potencializam ainda mais esse efeito, como aquelas que contêm vapor de sódio e mercúrio em sua composição.

Sky Glow

Sky Glow Fonte – LightED

 

  • Ofuscamento

Um outro tipo de poluição luminosa bastante comum é o ofuscamento, também conhecido como Glare

Este tipo de poluição ocorre quando as luzes são emitidas de forma excessiva, causando até mesmo uma cegueira momentânea ou perda de reflexos. 

Percebemos isso de forma recorrente nos faróis de automóveis e também em áreas onde a iluminação é projetada de forma frontal, deixando a fonte de luz visível ao receptor.

Poluição Luminosa – Ofuscamento Fonte – Conexled

 

  • Luz Intrusa

A Luz Intrusa ou Trespass, infelizmente é um outro tipo de poluição luminosa que é bastante comum de ser observada.

Ocorre quando a luz de um ambiente -por estar mal posicionada ou em potências inadequadas- invade outros espaços que não necessitam dela.

Por exemplo, a luz de um poste que entra em uma casa por meio de uma janela ou porta. Isso é muito ruim, pois o fato de ser uma luz externa impede o controle da parte de quem está no local que sofre essa invasão,  e isso torna o ambiente desconfortável.

Poluição Luminosa

Luz intrusa – Fonte Jornalismo Júnior

Consequências da Poluição Luminosa

1º Interferência direta em nosso ciclo circadiano

Desde o princípio a rotação da terra estabeleceu um ciclo claro e escuro que dita a organização de todas as coisas, incluindo o ciclo biológico dos indivíduos que também é chamado de ciclo circadiano.

Então, o organismo se baseia na luz existente em determinados períodos para controlar os hormônios necessários para aquele momento.

Desta forma, ao entardecer, por exemplo, inicia-se a produção da melatonina que é o hormônio regulador do sono, e pela manhã o organismo produz cortisol de forma mais elevada, induzindo à sensação de alerta.

Por esse motivo, a poluição luminosa interfere em nosso ciclo circadiano, porque insere luzes excessivas em horários inoportunos, gerando uma cronoruptura.

Sendo assim, o organismo tem o seu ciclo natural afetado gerando inúmeras consequências.

Poluição Luminosa

Ciclo Circadiano

 

2º Desenvolvimento de Doenças

Como vimos acima, o principal malefício da poluição luminosa é a alteração em nosso ciclo circadiano. Sabemos que tudo o que o que causa a quebra do ritmo natural do organismo o torna vulnerável ao desenvolvimento de doenças e há estudos que comprovam a relação que algumas delas têm com a poluição luminosa, por exemplo:

  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Aumento do risco de desenvolvimento do câncer de mama;
  • Insônia;
  • Depressão;
  • Degeneração da Retina;
  • Enxaqueca;

Isso ocorre porque o excesso de exposição da glândula pineal à luzes inadequadas no período noturno faz com que ocorra a redução substancial da produção de hormônios que são sintetizados no escuro.

A glândula pineal é a responsável pela produção e secreção da melatonina com base em estímulos luminosos, e a melatonina é um hormônio relacionado com diferentes funções do organismo, como ações imunomodulatórias, antitumorais, anti-inflamatórias, e como já vimos, a regulação dos ritmos biológicos.

 

3º A Poluição Luminosa afeta drasticamente a vida dos animais

Para começarmos a falar sobre isso, antes, é preciso ter muito claro em mente que TODO ANIMAL É NECESSÁRIO para o equilíbrio do meio ambiente.

Da mesma forma que nós seres humanos temos fotorreceptores em nossas retinas (melanopsina), os animais também têm. 

Neste artigo nós falamos sobre Prisma de cores e a forma como os indivíduos enxergam a luz dentro do cumprimento de ondas que é medido em nanômetros. 

Os seres humanos são capazes de enxergar todas as cores do espectro, com facilidade maior para as cores que estão na parte central, conforme vemos na imagem abaixo:

Espectro de Cor

Espectro de Cor

Na imagem abaixo é possível ver quais espectros de cor algumas espécies enxergam melhor, observe:

Perceba que a maioria dessas espécies têm sensibilidade maior aos tons de ultra violeta, azuis e amarelos. Note que esses são justamente os tons presentes na composição das tonalidades das cores frias e neutras da iluminação.

Na prática, isso significa que algumas espécies simplesmente não têm a possibilidade de discernir entre dia e noite, uma vez que no período diurno as células fotorreceptoras captam a luz natural, e no período noturno, elas são confundidas pela iluminação artificial que as fazem entender que “também é dia”.

Isso gera consequências gravíssimas, por exemplo:

  • O Ciclo migratório das aves é afetado, e dessa forma há a colisão com prédios e casas quando forem de encontro à luz.

Aves ficam presas no Memorial do World Trade Center

Um exemplo de como o ciclo migratório das aves é afetado pela poluição luminosa é um fato que ocorreu no Memorial às vítimas do atentado no World Trade Center, no qual colunas de luzes são acesas e direcionadas ao alto para relembrar a história.

Ocorre que a cidade de Nova York se encontra no caminho de um importante ciclo migratório de aves, que para fugir do rigoroso inverno  do Norte dos Estados Unidos e Canadá, voam em direção à luz. Como elas se norteiam pela luz da lua e das estrelas, confundem-se facilmente com a luz emitida pelo memorial e acabam ficando presas pela desorientação, voando ao derredor dos prédios até a exaustão.

Confira nesta matéria da Revista Galileu mais informações sobre esse fato. 

 

  • A reprodução de espécies como vaga-lumes, por exemplo, é prejudicada. As fêmeas utilizam a bioluminescência para atrair os machos, porém, com a interferência da luz artificial esse processo é prejudicado, reduzindo a reprodução da espécie.

 

  • Espécies marinhas como as tartarugas, por exemplo, ficam desorientadas no espaço. Isso porque as tartarugas marinhas e seus filhotes saem de seus ninhos na praia na escuridão e utilizam-se da luz natural da lua e das estrelas para irem em direção ao oceano. Com o entorno das praias iluminados pela luz artificial em tonalidade fria ou neutra, essa espécie não consegue discernir os ambientes e acabam afastando-se do mar.

 

  • A luz branca no período noturno atrai mais mosquitos. E sabemos que alguns deles são transmissores de doenças, Aedes Aegypti que transmite dengue, chikungunya, zika e a febre amarela urbana.

 

4º A Poluição Luminosa pode interferir no desenvolvimento das plantas

Neste artigo nós detalhamos de forma completa como a luz afeta as plantas e como as espécies enxergam as cores dentro do espectro de luz.

Espectro de Luz nas plantas

Espectro de Luz nas plantas

As plantas também necessitam do escuro, pois é no escuro que ocorre a síntese da glicose. Ao serem iluminadas durante dia e noite as árvores têm o seu ciclo incompleto, adoecem e morrem.

A iluminação deve direcionar a luz para abaixo da copa das árvores respeitando a linha de poda

Além disso, algumas plantas não florescem caso a duração da noite seja mais curta, enquanto outras florescem prematuramente.

 

5º A Poluição Luminosa interfere no desenvolvimento das crianças

Como já mencionamos, a poluição luminosa interfere diretamente na qualidade do sono. E é justamente durante o sono que as crianças produzem em maior quantidade GH, que é considerado  hormônio do crescimento.

Além disso, temos um outro dado alarmante: o aumento de casos de crianças com depressão. 

Os dois principais hormônios que desregulados podem levar à depressão são noradrenalina e serotonina. O primeiro é liberado em situações de estresse, mantendo o cérebro em estado de alerta e o segundo em situações nas quais os indivíduos se sentem bem.

A baixa da serotonina e a alta da noradrenalina podem resultar em depressão.

A serotonina é produzida durante atividades físicas e exposição ao sol, e desta forma auxilia no relaxamento do corpo que induz a produção da melatonina.

Ocorre que muitas crianças passam os dias sem contato externo, sempre expostas a luzes azuis vinda das telas e sem contato com o sol. O uso de smartphones e eletrônicos à noite impedem a produção da melatonina e com essa combinação de fatores, muitas desenvolvem depressão precocemente.

O que fazer para diminuir os efeitos da Poluição Luminosa?

Se pudéssemos indicar o melhor dos cenários seria a abstenção de luz no período noturno, mas sabemos que isso é praticamente impossível nos dias atuais. Então, é necessário medidas para reduzir o uso, por exemplo:

  • Diminuição do uso de telas no período noturno – Sempre que possível evite tablets, celulares, computadores e televisão pelo menos 2h antes de dormir.
  • Posiciona luminárias sempre em direção ao solo – Desta forma o ofuscamento é reduzido, pois o olho enxergará apenas o reflexo da luz e não a sua fonte de forma direta.
  • Temperatura de cores o mais baixa possível – Invista em luzes com tons mais avermelhados, ou no máximo âmbar. De início pode ser difícil se adaptar, mas acredite, esses são os tons que menos interferem em nosso ciclo biológico dada a semelhança com a iluminação natural.
  • Evite permanecer em ambientes com iluminação inadequada – Preservar a sua saúde é necessário! Portanto, limite um tempo específico para estar em determinados locais onde a luz prejudica o seu organismo.
  • Utilize cortinas – Existem cortinas disponíveis no mercado que são próprias para filtrar a luz externa, seja ela natural ou artificial. Pode ser uma excelente opção.

Mantenha-se sempre informado!

A maioria das informações deste artigo foram extraídas de uma live que o Bruno Mantovani fez com a Silvia Carneiro que é referência no assunto da Poluição Luminosa. Uma das teses da Silvia é utilizada em âmbito internacional para embasamento de políticas de iluminação pública.

Siga o instagram dela para que você sempre se mantenha informado e atualizado sobre este tema.

Quer conferir a live que eles fizeram? É só clicar aqui embaixo, está realmente imperdível.

 

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